A Coordenadora Estadual da Mulher, Célia Fernandes, participou da reinstalação da frente parlamentar dos homens pelo fim da violência contra as mulheres na Assembleia Legislativa

Na sua fala na abertura, Celinha colocou a CEM como “parceira dos municípios, pois é lá que as coisas acontecem”. O deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT) disse na abertura que “apesar de muitos anos de promoção da igualdade de gênero, a desigualdade entre mulheres/meninas e homens/meninos manifesta-se de maneira flagrante em todo o mundo”. Segundo Baldissera, “mulheres e meninas representam dois terços da população analfabeta do mundo e três quartos das vítimas de tráfico de pessoas” e que, segundo ele, “a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que um terço de todas as mulheres já sofreram algum tipo de violência por parte de um parceiro íntimo”.

Mercado de trabalho

O petista destacou que “a violência contra a mulher também se manifesta no mercado de trabalho”. Segundo ele, “diante das dificuldades de acesso a cargos de liderança no setor empresarial e no meio político, além de persistirem as diferenças salariais, fazendo com que as mulheres ganhem entre dez a trinta por cento a menos do que os homens para desempenhar as mesmas tarefas”. A campanha #ElesPorElas surge como um movimento pela igualdade de gênero, promovida pela ONU Mulheres, para envolver homens e meninos como defensores e agentes de mudança dispostos a assumir o compromisso de enfrentar todas as formas de discriminação contra as mulheres. A FPHFVCM, criada em 2013 e reativada neste ano, tem o mesmo objetivo: chamar os homens à sua responsabilidade de combater a desigualdade e a violência, e atuar em conjunto com os movimentos de mulheres.

A Mesa

A mesa foi também foi composta pela representante da ONU Mulheres Brasil, Júnia Puglia; pela representante da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da república (SPM/PR), Eliana Graça; pela presidenta do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CEDIM/SC), Sheila Sabag; do vereador de Florianópolis-SC, Lino Peres (PT); do vereador de Caçador Ricardo Pelegrinello; da deputada estadual Luciane Carminatti (PT), do deputado estadual Mário Marcondes (PR) e do Secretário Adjunto de Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST), Arnaldo Zimmermann.

Participantes

Participaram também do evento; a assessora técnica da CEM, Luíza Caruso Mac Donald; o administrador da CEM,  Adm. Cláudio Márcio Araújo da Gama; a presidente da Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina (CUT/SC), Geruza Machado; o chefe de gabinete da deputada estadual Ana Paula Lima (PT), Erlédio Pedro Perig; da coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), del. Patrícia M. Z. D’Ávila; da representante do Partido Socialista Brasileiro (PSB) Mulher, Rejane Varella; do diretor de formação política do diretório municipal de Florianópolis do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilto Mota Rufino; do chefe do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Prof. Raimundo Nonato Pereira da Silva, da juiz do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (TJSC), Mônica Bonelli Paula Prazeres; da representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Simone Lolatto, do promotor do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC), Jadel da Silva Júnior; da representante do Núcleo Multissetorial da Mulher (NMM), a empresária Patrícia Helena Paes; da representante da deputada federal Carmem Zanotto (PPS/SC), Eleine Otto; da coordenadora de Gênero e Raça (CGR), Aline Webber; da voluntária da Associação de Mulheres portadoras de Câncer (AMUCC), Cleusa Costa; da coordenadora do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Urbanas de Santa Catarina (MMTU/SC), Shirlei Azevedo, da presidenta da Comissão de Mulheres da Ordem dos Advogados do Brasil  - Seção Santa Catarina (OAB/SC), Sílvia Búrigo Tomelin, do membro da Coordenadoria das Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher (DEAMs), o policial civil Gabriel Paixão; do defensor da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina (DPSC), Juan Cesar Ranzolin, da vice-presidenta da DPW-Florianópolis, Jurema Santos, do vereador de Florianópolis-SC, Prof. Felipe (PDT), da representante da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), a advogada Sílvia Carreirão; do presidente da Federação dos Trabalhadores do Comércio de Santa Catarina, Francisco Álamo, entre outros convidados que não se apresentaram como autoridades mas lotaram o auditório.

A campanha

O #ElesPorElas, movimento de solidariedade da ONU Mulheres – entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e empoderamento das mulheres -  pela igualdade de gênero, recomenda que homens e meninos se envolvam de modo a se tornar parte do movimento global para promover os direitos das mulheres, tanto como defensores quanto como partes interessadas que precisam mudar para que a igualdade de gênero possa ser uma realidade para todos. Não se trata, segundo a entidade, de mulheres ou homens, trata-se da elaboração de uma visão compartilhada de avanço humano para todos – a criação de um movimento de solidariedade entre mulheres e homens para o alcance da igualdade de gênero. “Eu quero que os homens comecem essa luta para que suas filhas, irmãs e esposas possam se livrar do preconceito, mas também para que seus filhos tenham permissão para serem vulneráveis e humanos e, fazendo isso, sejam uma versão mais completa de si mesmos”, diz Emma Watson - embaixadora global da boa vontade da ONU Mulheres.

Apoio dos governos e do poder público

Líderes públicos – entre eles, prefeitos, governadores, deputados, vereadores, secretários e presidentes de instituições – são convidados a se tornarem defensores do movimento #ElesPorElas (#HeForShe). Devem apoiar publicamente o movimento e articular o engajamento de outros homens, facilitando o lançamento oficial do movimento no seu município ou estado e reforçando o apoio à igualdade de gênero. Como parte de seu compromisso, esses defensores devem demonstrar sua liderança na coleta e monitoramento de estatísticas locais sobre a igualdade de gênero, utilizando-as com o objetivo de promover mudanças políticas fundamentais e remover barreiras para a igualdade de gênero.

Ações para os governos

1)    Organizar um lançamento local ou estadual significativo para o movimento #ElesPorElas e realizar o discurso principal para inspirar homens da sua região para fazerem parte desta iniciativa, ficando ao lado das mulheres nas mudanças;

2)    Assumir compromissos quanto ao número de homens e meninos em seu município e estado que irão aderir ao movimento e se unir às mulheres;

3)    Explorar os obstáculos à igualdade de gênero em seu município e estado e incentivar os homens a encontrarem soluções inovadoras;

4)    Apresentar programas de educação e conscientização em escolas, assim como em agências e departamentos do governo e, de forma mais ampla, por meio de campanhas públicas de mudança social;

5)    Incentivar trabalhadores do setor público do gênero masculino a aderirem ao movimento, em particular nos setores em que alcançar a igualdade de gênero pode tradicionalmente ser m desafio difícil, como no setor militar;

6)    Realizar ou incentivar a realização de encontros municipais e estaduais, conferências e eventos especiais destinados a aumentar a conscientização sobre a importância da participação dos homens na obtenção da igualdade de gênero, assim como sobre a importância do empoderamento das mulheres para o desenvolvimento econômico nacional;

7)    Promover a campanha em meios de comunicação públicos e outros canais de comunicação on-line e off-line e

8)    Incentivar o setor privado do país, assim como empresas estatais e paraestatais, a lançar iniciativas que reconheçam a ligação entre o crescimento econômico e a igualdade de gênero, em especial nas empresas do setor privado e áreas dominadas pelos homens, incentivando-os a assinar e implementar os Princípios de Empoderamento Econômico das Mulheres.

Liderança global pela mudança

            A ONU Mulheres é a nova liderança global em prol de mulheres e meninas. A sua criação, em 2010, foi aplaudida no mundo todo e proporciona a oportunidade histórica de um rápido progresso para as mulheres e as sociedades. Para a ONU Mulheres, as mulheres e meninas ao redor do mundo têm o direito a uma vida livre de discriminação, violência e pobreza e a igualdade de gênero é um requisito central para se alcançar o desenvolvimento.

            A igualdade de gênero não á apenas das mulheres, é uma questão de direitos humanos que afeta a todos – mulheres e meninas, homens e meninos. Todos podem se beneficiar com a igualdade de gênero em suas vidas diárias: socialmente, politicamente e economicamente. Quando as mulheres têm o poder, toda a humanidade é beneficiada. A igualdade de gênero liberta não só as mulheres, mas também os homens, de papeis sociais determinados pelos estereótipos de gênero.

            Como as Nações Unidas estão mudando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio para a Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, há uma oportunidade única para transformar o diálogo sobre os direitos das mulheres acelerar os progressos para alcançar a igualdade de gênero. O movimento #ElesPorElas tem a oportunidade de acelerar o avanço em busca da igualdade de gênero, buscando:

1)    Solidariedade;

2)    Envolvimento dos homens e

3)    Envolvimento dos jovens.